O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse nesta terça-feira (5), em Paris, que as possíveis “referências indevidas” a membros da Corte nos novos áudios gravado pelo empresário Joesley Batista e pelo lobista Ricardo Saud, citadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, fazem parte de uma “guerra psicológica”.
“Temos que esperar. Isso tem que ser revelado. Essa guerra psicológica não adianta nada. O importante é que se esclareça e que se tire isso tudo a limpo”, afirmou o magistrado, na saída de um encontro com autoridades francesas em Paris, onde está em visita oficial.
Em relação à possibilidade de as investigações da Lava Jato sofrerem algum tipo de revés por causa dos novos áudios, o ministro disse que é preciso “aguardar” o conteúdo da gravação e lembrou que a Polícia Federal já tinha feito “observações muito críticas em relação à pressa com que a Procuradoria conduziu todo o episódio”.
“Eu tenho a impressão que todos sabiam que era uma delação extremamente problemática desde o começo, Agora, está se vendo o preço que se cobra por isso”, disse Mendes.
O magistrado disse não se surpreender com a citação do nome do ex-procurador Marcelo Miller, que foi braço-direito de Janot na Procuradoria-Geral da República, no novo áudio.
Folha