Fábio Alves de Lima, segurança, foi mais uma das vítimas da fúria impiedosa dos bandidos em João Pessoa num crime que começou com uma ação recorrente das gangues por aqui: o assalto à mão armada.
Marginais, geralmente em dupla, se espalham pelas ruas da cidade à caça de alvos fáceis.
Circulam faceiramente até que observam a presa e atacam, repentinamente.
Poucos conseguem se safar do roubo da carteira ou do celular, o item predileto dos criminosos. Se houver reação, os algozes não hesitam. Mandam chumbo sem pena.
Enfastiados, também poucos sequer registram as ocorrências, colaborando, involuntariamente, para o problema da subnotificação.
Fábio tentou proteger mãe e aluna de um colégio da cidade das mãos de facínoras numa motocicleta. Foi atingido mortalmente e seu corpo reclama inerte em velório no bairro de Mangabeira, sob forte comoção.
A Polícia certamente correrá contra o tempo para apresentar os suspeitos. Um já está detido. É a lógica da repressão como resposta, como lenitivo para minimizar esta sensação geral de impotência.
O cidadão queria poder contar com a segurança antes de ser molestado ou de assistir a vida de um parente seu se esvair entre os dedos para nunca mais voltar.
Por enquanto, resta sonhar com uma política de segurança com estatísticas inversas: a que possa contar o número de pessoas salvas por ações preventivas, a que quantifique os seres humanos que não precisarão guardar traumas psicológicos e nem marcas pelo corpo e a que agrupe pais e mães que foram poupados de chorar a morte de seus filhos.
A maior de todas as justiças é a que protege os inocentes, os bons. Não a que se gaba de punir os maus, porque a prisão destes não traz de volta àqueles.