O Instituto 6 Sigma, de Campina Grande, ganhou respeito pela precisão e metodologia aplicadas em seus trabalhos. Tanto que é requisitado pelos variados segmentos da política, incluindo o próprio Governo, e do mercado privado.
Partiu dele os números que revelam um dado surpreendente: 70% dos campinenses rejeitam, no momento, o fim do racionamento de água na cidade.
O povo de Campina Grande quer continuar passando privação hídrica? Claro que não. Quem está há dois anos e meio vivendo essa restrição conta as horas para voltar à abundância.
O que o resultado demonstra, sem margem para dúvidas, é que a cidade ainda não vê segurança hídrica suficiente. Na dúvida, não ultrapassa e prefere o certo pelo duvidoso.
Isso significa que o Governo errou na condução do processo. Política e tecnicamente.
A decisão de enviar à Campina, isoladamente, o secretário João Azevedo, pré-candidato do Governo, para anunciar o fim do racionamento exatamente na data da caravana de Lula na cidade, não foi digerida.
Os argumentos técnicos ficaram empanados pelas suspeitas políticas. Dotado de credibilidade e ,portanto, a figura que deveria ter ido direto se comunicar com a cidade, quem sabe, até com o prefeito, Ricardo demorou a agir.
Quando acordou, o debate já estava contaminado. Ou seja, o Governo ganhou, parcialmente, a queda de braço jurídica, mas não contabilizou o principal: o apoio popular de uma cidade que mesmo sedenta não engole qualquer coisa.