Há quem ache ponto positivo e até comemore como bom para João Pessoa o embate entre o governador Ricardo Coutinho e o prefeito Luciano Cartaxo.
Na avaliação de alguns, a Capital do Estado ganha muito com a contenda.
O argumento? Cada um tenta superar o outro em ações e a cidade vira um canteiro de obras.
Ledo engano. O conflito político e partidário é legítimo. O institucional, não.
Ao invés de premiar e somar em favor do cidadão, ele suprime parcerias, convênios e promove impasses tacanhos como o atual do Parque Parahyba, no Bessa.
Às portas de uma eleição municipal, o Governo fez por cima de pau e pedra e nunca nem chamou a Prefeitura para uma parceria, em que pese o terreno pertencer ao município.
A Prefeitura, por sua vez, se sente, equivocadamente, no direito de ignorar o espaço e deixar que o encargo de administrá-lo fique para quem quis a obra e o mérito sozinho.
Tem outros exemplos. Estado e Prefeitura não se entendem na questão da falésia do Cabo Branco e nem chegaram a consenso algum na Integração de Mangabeira.
Quem perde? O contribuinte, prejudicado no meio desse tiroteio.
A queda de braço e a inconvivência institucional nada de frutífero trazem a João Pessoa nos seus 432 anos.
Se existe quem pense que mesmo assim a cidade ganha, imagine se, no lugar da disputa, os esforços fossem comuns e concentrados na solução de tantos problemas e desafios. Como deveria ser.
Além do quê, vamos combinar, aquela política do embate permanente, tão vigente no passado, não combina com o novo presente e nem lega nada ao futuro.
A briga pode até ser boa, como alguns acham. Só se for para os políticos. Pra cidade é que não é.