O senador Armando Monteiro disse, ontem, numa entrevista a este blogueiro, que não mudou nada em relação ao que defendia no parlamento quando o PT estava no poder. Foi uma resposta aos petistas que lançaram mão de uma candidatura própria a governador nas eleições de 2018 em detrimento de uma aliança com o PTB, que vai, mais uma vez, tentar chegar ao Palácio das Princesas com a candidatura do senador.
Quando Armando fala em mudança de comportamento ele se refere ao que o PT defendia quando estava com a caneta na mão. No caso da reforma trabalhista, já aprovada pelo Congresso, com o apoio do senador, ele lembra que no Governo Lula for criado o Fórum Nacional do Trabalho, que apresentou uma proposta de emenda constitucional para a reforma trabalhista.
A iniciativa não prosperou, não por vontade de Lula, mas porque faltou lastro em sua base, mas ele insistiu até onde foi possível. Já durante o Governo Dilma, houve uma proposta mais focalizada de criação do Acordo Coletivo Especial, para promover o negociado sobre o legislado, via projeto de lei, mas sem sucesso, porque Dilma não teve capacidade política nem interlocução com o Congresso.
As reformas, como queriam Lula e Dilma, são uma exigência em busca da modernização da CLT, uma medida necessária para aumentar a produtividade e melhorar o funcionamento da economia. Desde o fim do século passado, vários países europeus reformaram suas leis trabalhistas para dar mais flexibilidade aos contratos de trabalho e segurança aos trabalhadores.
“O Brasil não é uma ilha e não poderia prescindir dessas reformas”, reforça Armando, destacando que se as defendeu lá atrás, quando ministro de Dilma, não poderia deixar agora de apoiar. “Eu não mudei”, reforçou. Para ele, o PT pernambucano pode estar tentando buscar um pretexto para não discutir uma aliança.
“Houve momentos em que o PT priorizava uma política de alianças. Pode ser que agora essa não seja a melhor opção para o PT. Eu fiz alianças nesse campo, no campo de esquerda, muito consciente ao longo da minha vida pública porque convergia para projetos em que eu achava que se aliava alguma compreensão adequada do quadro econômico, aliada a sensibilidade e ao compromisso social desses setores”, afirmou.
*Magno Martins – jornalistas pernambucano (Blog do Magno)