O jornalista Magno Martins pilota o blog político mais influente de Pernambuco.
Na sua coluna de hoje, o jornalista faz uma leitura sobre a edição de 2017 do São João de Caruaru, uma das festas mais importantes do Estado.
Na análise, Martins lamenta: Campina Grande (PB) deixou o evento pernambucano no chinelo.
E para um pernambucano admitir isso não deve ser fácil.
Confira o texto:
Caruaru perde seu brilho
A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra (PSDB), não fez o São João das tradições da cidade. Trata-se de uma festa que é, na verdade, o teste de fogo para o gestor. Capital do forró, Caruaru passa o ano inteiro se preparando para os festejos juninos, algo muito parecido com Olinda, que vive em torno do Carnaval.
São duas festas que movimentam a economia, geram milhares de empregos diretos e indiretos e estão, por isso mesmo, no calendário oficial dos grandes eventos que atraem turistas do mundo inteiro. Enquanto Olinda disputa com Salvador, a rival de Caruaru é Campina Grande.
E a constatação que se viu, por parte do Ministério do Turismo, é que Campina Grande, depois de muitos anos sem a luz e sem o brilho, conseguiu superar Caruaru em atrações, público e espaço na mídia. A prefeita deu a sua contribuição. No principal dia, 24 de junho, a principal atração da festa foi um DJ.
Nada contra Alok, que faz a cabeça da garotada, mas nunca se viu na história de Caruaru a música eletrônica se sobrepor ao autêntico forró pé-de-serra. Mas tem gosto para tudo e a tucana deve ter lá suas razões de importar um DJ de Goiás a um cachê vultoso, uma bagatela: R$ 180 mil. Tem gosto para tudo, volto a repetir.
Mas o pior é o saldo negativo rastreado pela mídia com relação ao pagamento dos cachês em abertos. Não sei se o Alok já saiu de Caruaru com os R$ 180 mil no bolso, mas muitos artistas da terra, que não têm direito a subir no palco principal da festa, o Pátio do Forró, mas nos alternativos em bairros periféricos, ainda estão adulando a Prefeitura para ter direito a ver a cor do cachezinho tão mixuruco.