Maior liderança individual da Paraíba, tão logo saiu vitorioso de 2014, o governador Ricardo Coutinho conta, no avanço de sua força política, com uma mãozinha de seus adversários.
Se Ricardo já é habilidoso e sabe usar, como poucos, seu prestígio e a estrutura de poder, essa estratégia fica ainda mais possível diante de uma oposição que bate a cabeça em questões básicas.
Falo do desempenho muito abaixo do esperado no contraponto na Assembleia, por exemplo. É pequeno o grupo de parlamentares, da já diminuta bancada, que realmente faz algum calo no Governo.
No Legislativo, o Governo canta, sapateia e dá pirueta. Atropela e tratora, num linguajar bem paraibano. Os poucos que falam são geralmente desqualificados e minimizados pelo Jardim Girassol.
A articulação da Oposição patina em operações simplórias. Até hoje não consegue fazer a vereadora Eliza Virgínia deputada e nem muito menos um bélico e necessário Aníbal Marcolino, que teria tarimba e combustível para jogar brasas nos pés de Ricardo.
Os erros são grosseiros. Quase nunca marca posição ou imprime discurso de contraponto na desconstrução do adversário, quando este erra e derrapa em pista pública aos olhos de todo mundo.
Semana passada, Ricardo cometeu o grave equívoco de assumir publicamente que buscava ter o controle administrativo do Estado, mesmo fora do cargo. Quais foram as reações com uma bola dessa quicando na pequena área? Quase ninguém chutou pro gol e nem sambou em cima do autor da infeliz frase.
Os exemplos se avolumam. A Oposição – carente de nomes com estatura para o contraponto ao governador – tem deixado passar muita coisa em branco e se deixa reprovar em matérias elementares. Ricardo Coutinho vai agradecendo.
Não custa lembrar que foi assim que o governador se reelegeu. Trabalhando em cima dos erros dos oponentes. Se a Oposição não acordar em tempo hábil, continuar cochilando, anestesiada e tonta, vivendo apenas de favoritismo, e permitir o vácuo, Ricardo emburaca e dá um cangapé em todos. Quem duvida?