Foi um gesto de desprendimento e maturidade de ambas as partes.
Luciano Cartaxo e Romero Rodrigues voltaram a ocupar o mesmo espaço ontem.
Protagonizaram cenas em clima de harmonia e tom amistoso.
Superaram mal estar e distanciamento de meses.
Um processo bastante estimulado por setores do Governo. Estratégia bastante inteligente, por sinal.
Luciano e Romero buscam se afirmar no cenário, mas não estava escrito em lugar nenhum que para tanto precisavam militar um contra o outro, lógica que só favorecia os adversários.
Um prodígio eles já conseguiram. Os dois polarizam a cena da sucessão estadual, empanando, até aqui, as apostas do Palácio.
Ontem, no Parque do Povo, ambiente inspirador de festa e confraternização, Romero e Luciano fortaleceram a si mesmos.
Entre os dois, o ministro Gilberto Kassab – hábil articulador – funcionou como a ponte que faltava para diminuir as distâncias e facilitar o trânsito de territórios.
Com a reunificação, os dois se protegeram dos ataques da artilharia adversária e fulminaram com o vírus da divisão.
Distante, a dupla se auto-flagelava e contribuía com uma hemorragia mútua, capaz de gradativamente promover uma silenciosa transfusão de sangue para o outro lado.
Agora, os seus rivais – pegos de calças curtas – terão que refazer a tática.
O estopim foi apagado no final deste São João. E a bomba da discórdia falhou.