As bases já começaram a ser avisadas, sondadas, como noticiado nas Brasas do Blog, e o próprio ex-senador Wilson Santiago (PTB) admitiu em entrevista ao 60 Minutos – da Rede Arapuan de Rádios.
Sem mandato desde 2011, Santiago acha que está na hora de garantir um assento legislativo em 2018 e não mais aventurar nova disputa majoritária, como fez em 2010 e 2014, ambas sem êxito.
Wilson quer voltar à Brasília, onde fez carreira no PMDB, ganhou prestígio e desenvolveu muito trânsito político nos dois governos do então presidente Lula, graças a sua habilidade, traquejo e articulação.
Só tem uma pedra no meio do caminho. Para regressar, terá que sacrificar o ascendente mandato do deputado Wilson Filho e tentar remanejá-lo para uma vaga na Assembleia Legislativa.
Qual problema? Wilson Filho conseguiu a proeza de sair da condição de mero herdeiro de um cacique, vem conquistando personalidade própria e encarnando o sentimento da nova geração, que se coaduna com o novo momento da política brasileira, em conturbado processo de renovação.
Estabelecido em Brasília, terá que refazer toda a rota e descer para um degrau de diálogo com prefeitos, vereadores, lideranças. Traduzindo: a política pela política. Perderá todo o verniz que construiu do portfólio e das idéias que a atuação federal proporciona e lhe rendeu até participação na eleição de João Pessoa.
Um iminente erro de estratégia. Wilson, o pai, é muito mais afeito a esse contato com lideranças e o seu momento combina mais com o mandato de estadual, até pelas questões de organização do PTB, do qual é presidente na Paraíba.
Wilson, o filho, é mais maneiro e tende a atrair votos de opinião e de um segmento da juventude, movimento um tanto complicado para o pai, que – notadamente mais pesado – ficará totalmente a mercê de apoios de líderes locais.
Alguém vai dizer que tanto fez como tanto faz. Ledo engano. Não é bom brincar com os novos tempos e com um 2018 que se apresenta como incógnita.
Antes deste passo, pai e filho deveriam consultar o ‘espírito santo’ para não cometer o pecado de um erro que pode ser fatal. Para os dois.