Vamos combinar. Se é uma grande oportunidade de contraponto, também deve ser igualmente desconfortável para a oposição o debate dos codificados, em plena efervescência depois da divulgação da lista pelo Sindifisco.
No seu papel, deputados oposicionistas agitam o tema e cobram explicações do Governo sobre a presença de um exército de oito mil servidores, nesta situação, somente na Saúde, segundo admite a própria gestão.
A base governista rebate a acusação de ilegalidade e passa na cara que o problema não foi inventado pelo governador Ricardo Coutinho e nem será resolvido por decreto.
Justificativa não tira da atual administração os ônus das responsabilidades. Até porque somente jogar a culpa no passado, depois de sete anos de gestão, não repara.
Cabe ao gestor da vez, sobretudo com um discurso moralista como o de Ricardo Coutinho, a tarefa de criar uma saída legal para consertar uma irregularidade.
Mas, convenhamos. Certos segmentos da Oposição que inventaram a modalidade ficam numa saia justa sem tamanho de combater o que já praticaram.
Um constrangimento que deixa muita gente naquele desconforto de quem precisa admitir; faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.
E que permite espaço para o governador Ricardo Coutinho dizer que sabe o que os antecessores fizeram no verão passado.