Esperava-se mais do conteúdo da gravação da conversa entre o empresário Joesley Batista e o presidente Michel Temer, pelo o que foi sugerido inicialmente nas reportagens de Lauro Jardim, no blog em o Globo.
Não há com clareza nenhum trecho em que Temer sugere ou dá aval para comprar o silêncio de Eduardo Cunha.
O empresário relata que está bem com Cunha. Temer assente. Em seguida, Joesley diz que está “segurando as pontas”. Claro que estava falando de dinheiro e de silêncio.
No geral, as palavras do presidente são evasivas e não configuram claramente sua ação ou crime direto.
Entretanto, o contexto depõe contra Temer. Ele estava recebendo um empresário investigado, fora da agenda, clandestinamente. E, óbvio, não era para tratar de assuntos republicanos.
Joesley: Agora… o negócio dos vazamentos. O telefone lá [inaudível] com o Geddel, volta e meia citava alguma coisa meio tangenciando a nós, e não sei o que. Eu estou lá me defendendo. Como é que eu… o que é que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo, ok…
Temer: Tem que manter isso, viu… [Inaudível]
Joesley: Todo mês. Também. Eu estou segurando as pontas, estou indo. Esse processo, eu estou meio enrolado aqui no processo, assim [inaudível]…