Na política, a transferência de votos é uma das artes mais complexas. Ela depende de muitas variáveis, que vão da aprovação de gestão, carisma do cabo eleitoral, empatia do escolhido e conjuntura eleitoral.
Em 2018, o governador Ricardo Coutinho terá a oportunidade de, pela primeira vez, pedir votos para a sua própria sucessão. Diferente das experiências de 2012 e 2016 em que ele puxava o debate municipal em João Pessoa, mas estava noutra esfera.
Nas últimas entrevistas, Ricardo repete um mantra. Levará a Paraíba a um plebiscito da escolha se o “projeto” que lidera deve se manter ou ser interrompido. O ‘sim’ do paraibano é a sua grande aposta.
Mas o que garante que essa estratégia lhe renderá êxito, tendo em vista os reveses seguidos na sua principal base política, João Pessoa? Coutinho acredita que, no contexto estadual, esse discurso terá peso, sobretudo, nas regiões beneficiadas com as intervenções da sua gestão.
O Governo diz ter números que conferem ao governador percentual de cerca de 22 pontos de capacidade de transferência. Ou seja, esse seria o universo do eleitorado paraibano que admite votar no candidato do governador.
O que é, em tese, um ótimo ponto de partida para qualquer nome. Em tese, porque na prática muitos fatores entram em jogo. Nesta corrida, bom motor de partida não é suficiente. É preciso perícia para pilotar uma estrada que só se conhece mesmo andando no caminho das curvas do sentimento do eleitor e experimentando a velocidade de uma campanha curta em que o cidadão está cada vez menos disposto a terceirizar o voto.