Isso já é ‘velho’. Cada vez que um gestor se acha em situação de desconforto pelas reclamações ou falhas em obras ou serviços, busca-se o caminho mais fácil da terceirização das culpas.
É o que está, infelizmente, ocorrendo agora na polêmica do Hospital Arlinda Marques, superlotado e, por consequência, dispensando atendimento longe do mínimo esperado para crianças em situações de enfermidade.
O Governo, sempre muito diligente pelos bônus do que funciona, não quis assumir o ônus do quadro de fragilidade e péssimas condições da unidade.
Preferiu, porém, responsabilizar a Prefeitura de João Pessoa, a quem credita falhas na rede básica de saúde.
Nessa época do ano, a incidência de resfriados, gripes e viroses é sempre crescente, com a mudança de clima. O Arlinda Marques, desde que existe, sempre atendeu esses casos.
Mas, agora, diante da crise, o Governo diz que o Hospital foi feito para média e alta e só atende casos de baixa complexidade devido a falha do município.
Imagine se para justificar a superlotação da Maternidade Cândida Vargas a Prefeitura precisar sempre atribuir ao Estado a culpa pela debilidade da rede regional?
Se para isentar o Trauminha de Mangabeira jogar no colo do Trauma eventual falha de triagem?
Esse comportamento só se presta para a disputa partidária. Não serve para aplacar a agonia de crianças e pais em situação de vulnerabilidade e carecendo de socorro.
Ao invés de optar por malabarismos da retórica, seria mais eficiente e verdadeiro buscar diálogo técnico e divisão de responsabilidades.
O confronto pelo confronto já é postura superada. Da gestão pública, o cidadão espera solução. E isso é o “novo”.