Pelo menos três fatores levam setores do PSB nacional a estimular ou abrir uma discussão interna em torno da tese de lançar o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, como candidato da legenda à Presidência da República, em 2018.
O cenário nacional está aberto. Afora a liderança de Lula, plenamente explicável, não há mais nada que se vislumbre de concreto. O PSDB patina com seus principais líderes alvejados pela Lava Jato, sobrando apenas o prefeito João Dória Júnior como opção a merecer perspectiva.
Marina Silva não conseguiu pontuar absolutamente nada no meio da crise que a credenciasse como alternativa consistente. Jair Bolsonaro é a expressão da anti-política mais extremada e só dialoga com um segmento minoritário da sociedade.
Ou seja, há um vazio enorme de lideranças que estimula siglas, como o PSB, a apostar numa candidatura própria, como fez em 2014 com Eduardo Campos e, posteriormente, com Marina.
Segundo aspecto. Dentro do PSB, ninguém ocupou o espaço de Eduardo. O seu sucessor em Pernambuco, Paulo Câmara, não deslanchou e nem se afirmou como líder regional. É aí que o governador paraibano entra. Mesmo contra a maré, Ricardo participou ativamente do debate do impeachment e vem defendendo postura de oposição aberta ao presidente Michel Temer.
Terceiro ponto. Ricardo Coutinho faz um governo bem avaliado no Estado, condição que possibilita menções do seu trabalho e de políticas de governo implementadas além do limite da pequena Paraíba. Um saldo que chega aos ouvidos de setores políticos da cena nacional.
Tudo, entretanto, depende de vários fatores e da conjuntura. Não apenas do desejo de lideranças socialistas como João Capiberibe e Lídice da Mata, simpáticas e defensoras dessa tese dentro do PSB.
Entre esse cenário, o desejo interno no partido e uma candidatura, a distância da estrada é grande. Mas, Ricardo está na pista.
