Por que fazer um protesto contra reforma trabalhista numa sexta-feira que antecede uma segunda-feira, feriado Dia do Trabalho?
Se o objetivo é juntar gente, não seria mais apropriado fazer o protesto no feriado, quando todas categorias podem estar reunidas, diferente de hoje?
Seria porque a sexta-feira vai iniciar, na verdade, um grande feriadão ou porque o Dia do Trabalho virou somente uma folga e o cidadão prefere mesmo usar o feriado para uma cerveja, churrasquinho, praia ou shopping, ao invés das esquinas e barricadas?
Ou porque a mobilização, na verdade, não tem tanta adesão e os movimentos sindicais só conseguem dizer que estão vivos num dia de semana, quando se provoca transtornos?
Ou será porque estes ditos sindicatos, em processo de esvaziamento de credibilidade, já não conseguem mobilizar os verdadeiros trabalhadores, que batem ponto e produzem, no dia mais emblemático da luta trabalhista, o 1º de Maio?
As manifestações contra toda ameaça real de direitos e garantias são legítimas, em que pese a discordância de um modelo que luta por direitos afrontando direitos alheios.
Mas, perdoem-me seus idealizadores, a data é inoportuna e soa mais a um dia de ócio forçado de preparativo para um feriadão.