A articulação do Governo percebeu, ainda em tempo, o erro de deixar espalhar aos quatro ventos desgaste pontual na relação do presidente da Assembleia, Gervásio Maia (PSB), e o governador Ricardo Coutinho (PSB).
A intenção talvez era desidratar o parlamentar. Não calculava que encontraria um Gervásio gelado.
Com uma só declaração, o presidente lá de Sousa, bem distante do Palácio, desmobilizou a operação e deixou muita gente tonta, sem reação. Inclusive os que trabalharam nos bastidores insuflando o governador.
Sob o risco de melindrar com um presidente de um Poder, com dois anos de mandato pela frente e condições de até montar até uma bancada, se quisesse, tal qual Ricardo Marcelo, o caminho mais recomendável foi o de apaziguar.
Seguindo o rito diplomático da proposta de pacificação, Gervásio afastou as especulações, mas não recuou num ponto; vai ficar longe de conjecturas majoritárias e cuidar de sua vaga na proporcional, estadual ou federal. Ou das duas.
Bem como Ricardo precisa de estabilidade na Assembleia, Gervásio também não pode descartar os benefícios e portas abertas na estrutura do Governo.
O caminho do sanativo foi o mais apropriado para cicatrizar feridas abertas pelo signo do fuxico e da intriga.
A briga dos dois, portanto, só interessaria aos adversários. De fora e de dentro.