Em notas, o Blog já vinha registrando nas escrituras. O presidente da Assembleia, Gervásio Maia, trabalhava nos bastidores para disputar uma vaga à Câmara Federal, um projeto diferente do que setores do PSB ventilavam.
Nessa Sexta-feira da Paixão, ele externou ao público sua decisão de sacrificar o pleito majoritário e salvar o caminho mais natural e fácil.
Aquele no qual o Pai, Gervásio, terminou não fazendo, exatamente por ter renunciado a si mesmo para carregar a cruz do PMDB, em 2002.
O ‘lava mãos’ de Gervásio vem dias depois de setores do PSB começarem a defender candidatura ao Senado e afastamento do governador Ricardo Coutinho, em abril do próximo ano.
Maia dizia internamente que disputaria o Governo se Ricardo imolasse a desincompatibilização e ficasse até o fim do mandato. Tese que – a esta altura – faz muitos freqüentadores da Granja incorporarem o espírito de São Tomé.
Assim, se livrou do grande peso de cobranças e açoites girassóis que repousavam sobre seus ombros pelo simples fato de ser tratado como uma das opções socialistas. Sem nada garantido e nem definido.
A decisão é do presidente da Assembleia, após consulta a vários dos seus discípulos na política, mas os efeitos extrapolam o sinédrio do PSB e ganham efeitos externos.
Como conseqüência do ato de Gervásio, o templo da política paraibana elimina um dos planos do PSB e passa a encarar a vice-governadora Lígia Feliciano como alternativa que surgirá ao terceiro dia.
O presidente da Assembleia inverte os papéis. Antes, como o Cristo disposto a suportar as dores do calvário, ele carecia das bênçãos do Governo para tudo. Agora, ao retirar a coroa de espinhos da cabeça, Gervásio vira o Simão Cirineu.
O Governo é quem precisa dele – presidente de um Poder – para atravessar sua via crucis – até a última estação em 2018.