Desde quando integravam o mesmo terreno, PT e o então deputado estadual Ricardo Coutinho conviviam com uma fronteira delimitada. Muito mais pela estratégia pessoal, e política, de auto-afirmação de Ricardo.
O coletivo Ricardo Coutinho era um partido dentro do Partido dos Trabalhadores, recheado de tendências e disputas internas. A relação tensa e conflitante não poderia resultar noutro caminho. Ricardo deixou a sigla.
O descompasso entre os dois não ficou no passado. O processo de filiação da ex-prefeita Pollyana Dutra ao PSB atualizou as diferenças. A migração se deu sem nenhum tipo de diálogo com o PT, que – na condição de aliado – reclamou da defecção.
A direção petista esperava a mínima interação e entendimento. É o que costuma-se esperar de parceiros políticos.
Mas isso, vamos combinar, acontece em relações normais. A do PT e PSB não está entre elas. É um arranjo de conjuntura.
A pífia participação do partido no Governo vale mais do que mil palavras. Até hoje, o PT sequer refez indicações com a saída de Lucélio Cartaxo. Nem Ricardo abre espaço e nem a legenda tem lá muito apetite de pedir.
Desde muito tempo, o PT só engole Ricardo pelas circunstâncias e necessidades, como no impeachment. E a recíproca é proporcionalmente verdadeira.