Fracassar não é o fim. O fim é quando nada se aprende do fracasso. O deputado Veneziano Vital aprendeu esta lição nas eleições de 2016, dois anos depois de ter saído das urnas premiado como o mais votado de Campina Grande.
Na entrevista que me concedeu, no Frente a Frente, da TV Arapuan, Veneziano deu demonstrações de humildade. O ônus do resultado eleitoral adverso lhe trouxe, de bônus, mais maturidade.
O ex-prefeito tem consciência – e expressou isso – que não perdeu apenas as longas madeixas no processo passado. Sem nenhum constrangimento, Veneziano admite que saiu com a imagem arranhada.
Não só ele – registra. O governador Ricardo Coutinho e o PSB também.
E isso ele credita ao erro estratégico da articulação do Governo pela pulverização de candidaturas, fator que contribuiu – consideravelmente – ao insucesso.
Na conversa, falou aberta e serenamente sobre as acusações que pesam contra seu irmão Vital do Rêgo, atual ministro do TCU e citado aqui e acolá em delações da Lava Jato.
Revelou, sem pudores, que Vital – conhecido pela energia e capacidade de organização – lhe fez muita falta na campanha última de Campina Grande.
Intimamente, pesa por não ter sido o candidato do PMDB em 2010 e pela fritura de sua segunda tentativa em 2014. Sabe que esse sonho tomou distância da realidade do atual cenário.
Confessou que há um certo tempo queria mudar o visual e cortar o cabelo. Enfrentou resistências da família e receios da “perda de identidade”.
Confidenciou ter sofrido certos preconceitos quando, ao chegar em Campina Grande vindo de Brasília, adotou os longos cachos.
Veneziano não expressa mágoas. Parece livre de rancores e de naturais vaidades próprias do universo político.
Não vive seu melhor momento político, mas é exata e paradoxalmente agora que exercita a serenidade em tempos de turbulência. Refaz caminhos para encontrar novos horizontes.
