A presidente Dilma Rousseff, que estará neste domingo em Monteiro, tem o mérito de seu governo ter tocado a maior e mais significativa parte da obras da Transposição do Rio São Francisco. E é verdade.
Como também é verdade que, sob sua gestão, a obra atrasou completamente seu calendário e até chegou a estagnar com paralisações de trechos.
Iniciada por Lula, a obra tinha previsão de entrega em 2010. Não foi inaugurada, mas mesmo assim serviu de plataforma para insuflar a candidatura de Dilma à sucessão.
Seis anos após a posse, a então presidente não conseguiu inaugurar o projeto. Pelo contrário, a Transposição com Dilma foi marcada por problemas e seguidos atrasos.
Em 2011, por exemplo, numa visita à Floresta, ela precisou se justificar. Culpou a complexidade da intervenção e fez mea culpa.
Em 2014, a obra praticamente se arrastou porque o Governo priorizou a infraestrutura da Copa do Mundo e ficou sem orçamento.
No começo do Governo Temer, trechos como os de Salgueiro (PE) e Jati (CE) levaram o governador do Ceará Camilo Santana a sugerir, durante reunião em Brasília, um leilão reverso para a retomada da Transposição do São Francisco, paralisados havia cinco meses.
Na época, 6 dos 14 lotes estavam paralisados, e em um deles ainda faltava realizar a licitação. Fernando Bezerra, então ministro da Integração Nacional, admitia problemas nos projetos elaborados no governo Lula e que seria necessário licitar novamente partes da obra. Em alguns casos, os aditivos alcançavam 25% do valor do contrato, no limite da lei.
Mas certamente esses ônus não serão lembrados no comício de domingo. Só os bônus.