Tem algum fio desencapado – com o perdão do trocadilho – nessa polêmica ressuscitada em torno das denúncias de fraudes contra consumidoras atribuídas à Energisa.
A empresa explica que foi inocentada e as acusações arquivadas no âmbito da Justiça do Trabalho, mas o Termo de Ajustamento de Conduta, assinado com o Ministério Público, dá margem para outro tipo de conclusão.
E não apenas a óbvia percepção de que o TAC e o pagamento de multa de R$ 800 mil representa, na prática, uma espécie de confissão de culpa.
No mínimo, o Termo levanta questionamento sobre desleixo ou leniência do MP com o caso. Ora, se cabia multa, por que não denúncia formal e aprofundamento das investigações?
Teria sido o Ministério Público omisso ou prevaricado de sua prerrogativa? As respostas para essas perguntas e a oportunidade de apurar as denúncias contra a operadora estão nas sinalizações de propostas de CPI na câmara de João Pessoa e na Assemebleia.
A Energisa, que se de diz inocente, deve ser a primeira favorável para provar com todas as letras que a acusação de simulação de “gatos” não passou de uma invenção de funcionário contrariado com a empresa.
A Assembleia, patrona recentemente uma CPI da Telefonia, que terminou, ironicamente, também em TAC, e na pífia punição de “investimentos” no sinal paraibano, tem a obrigação de entrar no tema.
Afinal, em tese, nem a Energisa e nem a assembleia devem ter o que temer. Pra o bem dos dois lados, da verdade e dos paraibanos, chegou a hora de passar o “fio preto” no branco.