Segunda entrevistada na sabatina da Rede Mais com os candidatos à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil na Paraíba, Maria Cristina Santiago focou em duas premissas: renovação e independência.
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Kiu, como é carinhosamente chamada entre seus pares, se apresenta como “alternativa” ao modelo em vigor na gestão de Paulo Maia e ao mesmo tempo carimba Raoni Vita, o adversário situado na oposição, como representação do que combate: uma Ordem na lógica dos grandes escritórios.
Na conversa com o autor do Blog, Cristina fez questão de pontuar que sua candidatura “não foi forjada nos olimpos da advocacia” e nem na esteira dos conchavos da elite da advocacia paraibana. Uma mensagem subliminar de desconstrução de Harrison e Vita.
É verdade que Kiu não integra esse primeiro time de influentes na política interna da Ordem e para muitos só foi apresentada praticamente na eleição. Mas, também é verdade que portentosos e conhecidas empresas do ramo advocatício – dissidentes da atual gestão e da oposição – estimularam sua candidatura e investem suas estruturas para o apoiamento.
A candidata faz um esforço para se contrapor a gestão de Paulo Maia. Tem dificuldades, entretanto, de justificar uma eloquente contradição: ela apoiou Paulo Maia I e II, chegou a ser cotada internamente como candidata do grupo situacionista e só rompeu perto do processo eleitoral.
Contradições à parte, Kiu se mexe com passos para se firmar como uma opção de renovação, desvinculada de grupos e partidos. Em certa medida é uma plataforma de “terceira via”. Uma via que quer absorver a dissidência de Maia e catalisar para si o sentimento de oposição, enraizado mais com Raoni.
No mundo ideal, estratégia perfeita. Na vida real, o tempo de convivência amistosa com a gestão e o rompimento tardio criam nítido descompasso entre discurso e prática.