Em cada praça pública, uma biblioteca (por Francisco Leite) – Heron Cid
Opinião

Em cada praça pública, uma biblioteca (por Francisco Leite)

31 de julho de 2021 às 10h31 Por Heron Cid

Estivemos, dia 22 deste mês de julho, na Biblioteca Indústria do Conhecimento, localizada na Praça da Paz, bairro dos Bancários, em João Pessoa/PB. Na ocasião, reinaugurava-se aquele importante equipamento cultural, e, antecipando-se ao dia do escritor, dia 25 de julho, homenageavam-se os imortais paraibanos José Lins do Rego, Ariano Suassuna e José Américo. Meu Deus! Eu, um reles mortal, estava no meio deles como um dos homenageados!

Todos os meus pés, com a humildade dos aprendizes, estavam fincados no chão daquele bairro, onde, por muito tempo, fui morador, lá pelos anos noventa. O evento, para mim, foi de indescritível emoção, nem poderia ser diferente, afinal, a envergadura intelectual e literária dos homenageados só me permitiria estar com eles, senão para, humildemente, render, com muito apreço, todas as minhas deferências e homenagens, jamais para ladeá-los.

Soube que as instalações da Biblioteca já estavam ali desde 2008, um projeto da Secretaria de Educação e Cultural (Sedec) da Prefeitura de João Pessoa/PB, em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi), que agora reabre suas atividades.

O convite veio de Patrícia Guedes Correia Gondim, da Divisão de Inovação e Diversidade Curricular, e de Alcilene Costa, do Departamento de Programas Especiais, vinculados ao EDEC/DEGEF da Prefeitura Municipal de João Pessoa.

Contou-nos as briosas gestoras que as condições logísticas e estruturais da Biblioteca não permitiam que desenvolvesse o seu papel de captar, armazenar, organizar, preservar, gerenciar, disseminar informações e proporcionar atividades de arte-educação à comunidade escolar e extraescolar, razão pela qual se pensou no evento, para divulgar à comunidade as possibilidades de retomada das ações da/na Biblioteca.

De acordo com Nilcione Batista, da Escola de Formação (Cecapro), o acesso à biblioteca será por meio de agendamento prévio feito no próprio local, e as atividades irão respeitar os protocolos sanitários de prevenção à Covid-19.

O evento foi lindo. Contou com a participação de moradores do bairro e artistas da comunidade, seus poetas, sobretudo os cordelistas, membros da Academia Paraibana de Cordel, bem como a Presidente da Associação Profissional de Bibliotecários da Paraíba, a produtora cultural Gilvanedja Mendes, tudo sob os cuidados da bibliotecária Edilane Sampaio Morais e dos servidores Josafá Lopes de Oliveira e Josilene, Pereira da Silva que cuidam da biblioteca com zelo e estima.

Fiquei muito feliz! Nesse tempo sombrio, em que a cultura e a ciência são testadas em seus limites por narrativas tendenciosas ou falsas, a reabertura da biblioteca é um ato de resistência, ciência e consciência de que a educação salva pessoas, e os livros constituem-se em um dos instrumentos mais poderosos em busca desse desiderato.

Foi tão emocionante! Ao cabo, veio-me um sonho: já pensou se, em cada praça de João Pessoa, como aquelas academias livres de ginástica, fosse implantada uma biblioteca, a ginástica do cérebro? Um sonho… Quem sonha junto? Siga-nos no Instagram: @professorchicoleite

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