Mudança ou retrocesso? Livros de paraibanos divergem sobre bolsonarismo – Heron Cid
Bastidores

Mudança ou retrocesso? Livros de paraibanos divergem sobre bolsonarismo

24 de abril de 2021 às 17h32

A contemporaneidade brasileira é um prato cheio para quem se propõe a pesquisar e analisar a conjuntura nacional, com o advento do bolsonarismo – fenômeno político e social que divide opiniões.

Num só dia, o autor do Blog recebeu duas obras literárias da lavra de paraibanos. Dois olhares absolutamente divergentes sobre o mesmo tema: a ascensão da direita, via Jair Messias Bolsonaro, ao poder central.

Francisco Evangelista, advogado e empresário

Com coautoria do jornalista Kubitschek Pinheiro, o empresário, ex-deputado e escritor Francisco Evangelista produziu “Brasil, no espelho da história”, um passeio histórico comentado. Vai do governo Fernando Henrique Cardoso ao primeiro biênio de Bolsonaro.

Doutor em Ciência Política, Rubens Pinto Lyra acaba de lançar “Bolsonarismo – ideologia, psicologia, política e temas afins”.

Para Evangelista, o bolsonarismo significa “esperança e mudança”, a “maior revolução feita pelo povo, por meio do voto livre e democrático contra um sistema corrupto, generalizado pelo Partido dos Trabalhadores”, que “usaram e abusaram do dinheiro público.

Em mão oposta, Lyra diz que o “voto bolsonarista não foi determinado pelas qualidades pessoais do suposto ‘salvador da pátria’, nem por nenhuma opção programática. Para o pesquisador, o eleitor, no geral, assimilou a “tese, assumida e martelada pela grande mídia, altamente despolitizadora, de que o problema do país era a corrupção, legitimando, portanto, o falso outsider”.

Rubens Pinto Lyra, professor emérito da UFPB

Rubens compara o movimento que impulsionou a vitória de Bolsonaro aos “fatores que conduziram Mussolini e Hitler ao poder”. O autor associa diretamente o bolsonarismo ao nazi-fascimo.

Análises e pontos de vista simultâneamente conflitantes. O que só é possível porque vivemos no Brasil em plena liberdade democrática, valor do qual a sociedade, apesar dos solavancos, não abre mão. O maior sintoma da democracia é o pulsar da pluralidade.

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