Lições que a covid vai deixando e os mitos que vão caindo – Heron Cid
Bastidores

Lições que a covid vai deixando e os mitos que vão caindo

5 de março de 2021 às 16h44
Sírio Libanês, referência no tratamento da covid-19 no Brasil

Haverá muito para ser dito do líder empresarial, do empreendedor nato. Todo o reconhecimento à obra de José Carlos da Silva Júnior é justíssima em honra à sua obra e legado.

A morte de Zé Carlos, de 94 anos, também promove uma outra reflexão além das homenagens. Com o episódio, a dimensão humana da tragédia sanitária que nos assola.

O fundador do icônico Grupo São Braz esteve, por mérito e luta pessoal, entre os poucos brasileiros com condições de acesso a um dos melhores hospitais do Brasil, o Sírio Libanês.

Mesmo assim, uma internação qualificada, sob os cuidados dos grandes médicos do país, um leito de UTI equipado com o que existe de mais avançado em tecnologia, não garante cura e nem freio às complicações promovidas pelo vírus.

E tem muita gente apenas falando em leitos de UTI e mais hospitais como as únicas e exclusivas medidas de enfrentamento à pandemia.

Como se uma internação ou um tubo na garganta para respirar fosse a panacéia.

Outra. A covid é surpreendente e não tem limites de idade, associada a comorbidades e outras variações. Na mesma família, em menos de um ano, feriu de morte duas gerações.

Um ano atrás, Matheus Carlos, neto de Zé Carlos, de 34 anos, 60 anos mais jovem que o avô, morreu no começo da pandemia.

No mundo ideal, não se pode faltar atendimento e vagas de internação para a população. E devemos cobrar. No mundo com covid, o ideal é evitar ao máximo a contaminação.

Por que para uns, nenhum sintoma. Para outros, o risco fatal. A doença é uma roleta russa. O mais prudente é fazer de tudo para evitar o gatilho.

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