Teatro do absurdo (por Augusto Nunes) – Heron Cid
Opinião

Teatro do absurdo (por Augusto Nunes)

11 de fevereiro de 2021 às 09h48 Por Heron Cid
Os ministros do STF Edson Fachin, Rosa Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Celso de Mello NELSON JUNIOR/STF 08.08.2018

Sobretudo quando tratam de casos que acrescentam alguns pontos à audiência da TV Justiça, os ministros do Supremo Tribunal Federal conversam bastante — antes, durante e depois do julgamento —- por telefone ou pelo WhatsApp. Além de ideias, impressões e opiniões sobre o que estão deliberando, os 11 juízes certamente trocam confidências e comentam assuntos íntimos.

Como reagiria o time da toga se esses telefonemas fossem grampeados, se as mensagens fossem sequestradas por hackers e se todo esse material obtido ilegalmente fosse divulgado? Teriam concordado com o acesso do réu ao conteúdo das conversas?

Mais: permitiriam que uma sentença do Supremo acabasse anulada porque Gilmar Mendes induziu uma trinca de súditos a absolver um culpado ou condenar um inocente? Antes de entregar a Lula o material obtido por uma quadrilha de hackers, a bancada que obedece a Gilmar deveria ter pensado nisso.

Aberto o precedente, os ministros estão expostos à armadilha concebida para socorrer um corrupto duas vezes condenado em segunda instância. A hipótese parece absurda? Não é mais absurda que a decisão da Segunda Turma do STF.

R7

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