O São João de Campina e o apoio do Estado – Heron Cid
Opinião

O São João de Campina e o apoio do Estado

6 de julho de 2019 às 11h23 Por Heron Cid
Romero Rodrigues: 75% do ICMS arrecadado da festa vira receita para o Governo do Estado

O debate é velho, mas sempre atual. O São João de Campina Grande, que termina neste domingo, é de longe o evento que mais projeta a Paraíba para o Brasil e o mundo.

Mesmo assim, a parceria do Estado com a festa se restringe à segurança pública e a promoção junto a agências de viagem e operadoras de turismo, via PBTur.

Esse ano, houve um avanço. Um efetivo, com a liberação de crédito para barraqueiros que tiveram equipamentos incendiados na edição passada. Outro simbólico, com a presença do governador João Azevêdo no evento, quebrando um tabu de alguns anos.

A contribuição para o êxito da festa mais icônica do Estado poderia ser maior? O prefeito da cidade, Romero Rodrigues, acredita que sim.

Sem tom de confronto, o tucano disse ontem, durante o Arapuan Verdade (Rede Arapuan de Rádio), que Campina espera mais. Aporte na divulgação da festa na mídia nacional, por exemplo, seria uma sugestão para sair do básico.

Para Rodrigues, recursos para fortalecer a festa não são gasto do Governo, “são investimento”. Por que? A maior parte dos impostos gerados pela festa, de uma receita gerada na ordem de R$ 200 milhões, vai para os cofres estaduais.

Em Caruaru, este ano, o Estado, também administrado pelo PSB, diminuiu o aporte de R$ 800 mil, liberado em 2018, para R$ 400 mil, sob a alegação da crise financeira. Aqui, a discussão ainda gira em torno de participação ou não.

O governo paraibano tem notadamente uma política de evitar gastos com eventos festivos e priorizar demandas de obras e ações. Respeite-se.

Entretanto, o São João está para a Paraíba como o carnaval para o Rio. Não custa avaliar tecnicamente a força desses eventos como ponto alto de nossa auto-estima e porta de entrada para turismo e investimentos empresariais, política pública que tem sido igualmente estimulada pela gestão estadual.

É o tipo de discussão que não deve servir de cavalo de batalha para dividir, mas uma oportunidade de diálogo para somar. Com os dois lados ganhando.

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