O dia seguinte – Heron Cid
Opinião

O dia seguinte

17 de março de 2019 às 12h29 Por Heron Cid

A prisão de Livânia Farias, então secretária de Administração do Estado, não chega a surpreender no mundo jurídico e político.

Era uma crônica em andamento depois do depoimento de Leandro Nunes, ex-assessor dela na Secretaria por anos a fio. Ficou ainda mais desenhada após a operação policial em endereços ligados a advogada sousense.

A saída do governo deixou de ser opção diante do encarceramento. Ainda que tardia, passou a ser atitude automática. Para os dois lados. O pedido de demissão e a inevitável aceitação.

O quadro de sangria não comportava adiar, ainda mais, a hemorragia.

A agora ex-secretária terá tempo para, no processo, oferecer o sagrado contraditório e exercer o consagrado humano direito à defesa.

O que fica são as consequências dos efeitos do abatimento de uma expoente da gestão socialista nos últimos oito anos. De tão relevante, mantida no terceiro governo do PSB e no João Azevedo I. O que ficou evidente na nota pública do governo, com lamento pela prisão e crítica a princípios constitucionais interpretados como feridos pela investigação.

Da parte de Livânia, impõem-se a dedicação e imersão na sua defesa.

No âmbito do governo, o desafio de conviver com o fato negativo sem se permitir à paralisia administrativa diante da iminente exploração dos adversários e desdobramentos no Judiciário.

Com a oposição, a responsabilidade de fazer cobranças públicas por rigor e transparência, sem ultrapassar a linha racional e cair na tentação do julgamento antecipado, antes da elucidação total da apuração.

Na sociedade, o necessário e cidadão olhar sempre atento e vigilante.

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