Gleisi e Boulos. Por Valentina de Botas – Heron Cid
Bastidores

Gleisi e Boulos. Por Valentina de Botas

27 de fevereiro de 2019 às 10h00
Os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, em passeata na avenida Faria Lima, em São Paulo (Eduardo Gonçalves/VEJA.com)

A escalada dos crimes da narcoditadura militar chefiada pelo civil Nicolás Maduro contra a população venezuelana foi progressiva e constante e, quando os observadores mais otimistas esperavam o início de sua reversão, o tirano decretou o fechamento das fronteiras e do espaço aéreo do país, entrincheirando-se para rejeitar à bala a ajuda humanitária.

Depois de encarcerar opositores pelo crime real de se oporem camuflado no delito fictício de conspiração, Maduro aprisiona a população. Até então, quem podia fugir do paraíso do socialismo do século 21 não perdeu tempo, e o êxodo estimado em 2,3 milhões pela ONU (dados de agosto de 2018) inscreve a Venezuela na lista de paraísos deformados ilustrada por Cuba e a ex-Alemanha Oriental, estranhos enclaves edênicos dos quais se luta para sair. Quem, além de outros ditadores, ainda poderia defender Maduro sem ter uma ditadura apontada para a cabeça? O PSOL, por exemplo.

Para tanto, o PSOL vai da relativização à higienização com argumentos e antissépticos usados pelos defensores da ditadura militar condenada pelo partido: numa entrevista a um youtuber na sexta-feira passada, Guilherme Boulos foi ao limite da imoralidade e deu mais um passo afirmando que o governo de Maduro “errou”, mas a oposição também; numa concessão como tributo à farsa, reconheceu que “realmente o regime comete excessos, mas a oposição também”. Uma oposição encarcerada e desarmada. Enquanto inocenta Maduro por crimes reais, o militante das trevas condena certo presidente Bolsonaro fascista por crimes imaginários.

O líder do MTST sabe que, num regime fascista, estaria numa masmorra como está parte da oposição venezuelana. À miragem de Boulos, juntou-se Gleisi Hoffmann, aquela que, num país normal, seria somente alguém com um prenome implausível, não uma ex-ministra e ex-senadora com um prenome implausível.

Na farsa que sustenta para se sustentar, Gleisi trocou o vilão Bolsonaro pelo vilão Trump: é o imperialismo americano que mata venezuelanos de fome, doença, porrada e tiro; são ianques as milícias que exterminam as pessoas no meio da rua ou entram nas casas e executam pais e filhos na frente uns dos outros.

Depois de o PT regar com a nossa grana e com a ética própria um regime abjeto, este ainda é cultivado nas mentiras de Gleisi e Boulos.

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