O preço de uma vida. Por Ricardo Noblat – Heron Cid
Bastidores

O preço de uma vida. Por Ricardo Noblat

25 de fevereiro de 2019 às 11h00
Amigos e parentes se abraçam durante o velório do goleiro Christian Esmério, vítima do incêndio no CT Ninho do Urubu: dor coletiva (Ricardo Moraes/Reuters)

Para a direção do Flamengo, a vida de cada um dos 10 garotos torrados vivos no alojamento clandestino do seu Centro de Treinamento vale alguma coisa entre R$ 300 mil e R$ 400 mil. É quanto o clube está disposto a pagar às famílias deles.

Mais do que isso, seria um absurdo, segundo Rodolfo Landim, presidente do Flamengo. O Ministério Público do Rio de Janeiro propôs o pagamento de R$ 2 milhões a título de indenização. Landim respondeu: nem pensar.

O que seriam R$ 20 milhões para um clube cuja receita prevista para este ano é de R$ 750 milhões? Só para reforçar o time, o Flamengo está disposto a gastar até 100 milhões. Gastou R$ 55 milhões para ter Arrascaeta, e R$ 21 milhões por Rodrigo Caio.

Dito de outra maneira: o que o Flamengo desembolsou para contratar Rodrigo Caio seria o suficiente para indenizar as famílias dos 10 garotos incendiados. O Flamengo , afinal, era responsável por eles. Foi aos seus cuidados que eles morreram tragicamente.