Os Bolsonaro e o Taliban. Por Reinaldo Azevedo – Heron Cid
Bastidores

Os Bolsonaro e o Taliban. Por Reinaldo Azevedo

18 de dezembro de 2018 às 11h00

É uma vergonha! Se não houver um recuo, obras sacras serão retiradas do Palácio da Alvorada, futura morada do casal Bolsonaro, porque Michelle, primeira-dama a partir de 1º de janeiro, não as quer lá.

Evangélica da Igreja Batista, ela se indispôs com a temática religiosa das obras de arte, de inspiração católica. A notável senhora deve considerar que tais manifestações são incompatíveis com a sua crença.

Trata-se de um despropósito, de um despautério, de uma agressão à pluralidade, às artes, à cultura, à história e à tradição brasileiras. Qual é a diferença entre a decisão de Michelle e a dos terroristas dos Taliban, que mandaram dinamitar os dois Budas de Bamiyan, no Afeganistão? Em essência, nenhuma. É apenas de grau.

Sim, claro!, o destino das obras é outro: Michelle mandou tirar da sua vista; os terroristas deram um fim nas esculturas do Século V, que precediam a existência do próprio islamismo. Então o que há em comum?

As duas posturas se caracterizam por intolerância religiosa e acreditam que seu Deus, ou sua forma de entendê-lo, deve ter um poder normativo que apaga até a história do país em que atuam.

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