Sessão que lembrou o AI-5 só atraiu 11 deputados. Por Bernardo Mello Franco – Heron Cid
Bastidores

Sessão que lembrou o AI-5 só atraiu 11 deputados. Por Bernardo Mello Franco

14 de dezembro de 2018 às 12h30
Cartazes lembram vítimas da ditadura na sessão de 50 anos do AI-5 | Jorge William

Apenas 11 deputados apareceram no plenário da Câmara, ontem de manhã, para lembrar os 50 anos do AI-5. Estavam em menor número que os 20 cartazes com retratos de vítimas da ditadura. Um deles homenageava o ex-deputado Rubens Paiva, que teve o mandato cassado e foi morto num quartel do Exército.

Embora o painel eletrônico marcasse a presença de quase 300 parlamentares, a maioria já estava longe de Brasília quando a sessão começou. O presidente Rodrigo Maia ficou na cidade, mas não saiu da residência oficial. Ele nasceu no Chile porque o pai foi perseguido pelos militares e precisou se exilar fora do país.

“Seria inadmissível a Câmara dos Deputados do Brasil deixar este 13 de dezembro passar sem uma sessão de memória, de repúdio ao arbítrio e de alerta aos tempos sombrios que sempre nos ameaçam”, disse o deputado Chico Alencar, que presidiu a sessão.

O tom de alerta também marcou a fala de Ronaldo Lessa. “Agora, em 2018, vivemos um clima de disputa e intolerância muito tóxico. Devemos nos lembrar das lições do passado e precisamos evitar cometer os mesmos erros. Precisamos construir pontes”, conclamou. Ele embargou a voz ao lembrar dois amigos mortos pelos órgãos de repressão.