Ninguém liga. Por Ricardo Noblat – Heron Cid
Bastidores

Ninguém liga. Por Ricardo Noblat

14 de dezembro de 2018 às 13h00
O general Mourão e Bolsonaro: o vice-presidente pretende cuidar também da máquina administrativa do governo (Cristiano Mariz/VEJA)

O que sucederia se Mike Pence, a poucos dias da posse de Donald Trump, revelasse que o presidente eleito dos Estados Unidos corria sério risco de ser alvo de um atentado terrorista?

Pence está para Trump como Hamilton Mourão está para Jair Bolsonaro – ambos são vice, não necessariamente decorativos como se achava Michel Temer no tempo de Dilma presidente.

Pence nada disse de parecido. E se soubesse jamais diria. Quem disse foi Mourão em entrevista à revista digital Crusoé. E sabe o que aconteceu? Nada. Ninguém deu bola.

Um dia desses, o vereador carioca Carlos Bolsonaro, em sua conta no Twitter, escreveu que havia gente interessada na morte do seu pai. Gente muito próxima de Jair, ele disse. Também nada aconteceu.

Imagine só se Ivana Trump, a primeira filha dos Estados Unidos, tivesse escrito algo semelhante. De imediato seria chamada a se explicar. Não se falaria no país de outra coisa por semanas a fio.

Mourão afirmou, ontem, em entrevista a Rodrigo Rangel e Eduardo Barretto que Jair Bolsonaro está sob “grave ameaça”, segundo informes dos serviços de inteligência.

Haveria planos para matar Bolsonaro com atiradores de elite e carros-bomba – inclusive com a participação de grupos terroristas estrangeiros, detalhou o general.

De duas, uma. Ou temos uma sociedade desinteressada da sorte do seu próximo presidente, ou o que dizem Mourão, Carlos e o próprio Bolsonaro não merece ser levado a sério.

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