Eleição na AL: Palácio entra na parada – Heron Cid
Bastidores

Eleição na AL: Palácio entra na parada

7 de novembro de 2018 às 15h53
Ricardo Coutinho; diferente de Lula, ex-governador será obrigado a usar tornozeleira

Era uma crônica anunciada. A PEC, que extinguiu a reeleição e eleição antecipada na Assembleia, proposta pelo deputado Ricardo Barbosa (PSB), e aprovada na ausência do presidente da Casa, Gervásio Maia, sem “anuência” prévia do Palácio da Redenção, não seria facilmente digerida pela Granja Santana.

A insurreição do líder do governo, Hervázio Bezerra (PSB), voto contrário com direito a discurso na tribuna, e a retirada de Estela Bezerra (PSB) do plenário, era o sinal evidente: o governador Ricardo Coutinho não avalizava o movimento do grupo aliado do deputado Adriano Galdino (PSB), postulante à sucessão da Presidência do Poder.

Sexta-feira, Dia de Finados, o Blog perguntou, em nota, qual seria a reação de Gervásio quando voltasse de viagem à Europa. Promulgaria a PEC ou questionaria a autenticidade jurídica?

A resposta veio hoje. Três deputados levantaram questionamento quanto à tramitação da Proposta. Foram Estela Bezerra, Jeová Campos e Hervázio, este último até chegou a declarar simpatia pelo nome de Galdino, mas se recusou a assinar documento de apoio.

Sereno, Maia acolheu o requerimento e prometeu análise junto aos órgãos internos da Casa, diante de protestos enfurecidos de colegas, principalmente de Ricardo Barbosa, que não economizou críticas e insinuações de subordinação. Gervásio não alterou a voz e botou o barco para andar.

A palavra mais tórrida, porém, foi verbalizada 10 quilômetros distante da Praça dos Três Poderes. De viva voz, numa solenidade em Cabedelo, o governador Ricardo Coutinho criticou votação e aprovação e condenou a movimentação sem discussão política com quem conduz o projeto. Em bom português, os deputados deveriam ter consultado e combinado com ele.

De longe, Ricardo botou a digital do Governo na reação que acontecia paralelamente em forma de fogo amigo em altas labaredas na Assembleia, com cenas de revanche, impropérios e tensão.

O Governo entrou na parada. Em disputa interna com Buba Germano, Adriano Galdino e aliados que apertem os cintos.

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