Procuradoria visita o Posto Ipiranga do capitão. Por Josias de Souza – Heron Cid
Bastidores

Procuradoria visita o Posto Ipiranga do capitão. Por Josias de Souza

11 de outubro de 2018 às 09h32

Na política, as boas intenções costumam diminuir à medida que se aproxima o dia da posse. No caso de Jair Bolsonaro, a promessa de moralização do Estado subiu no telhado antes mesmo da conclusão do processo eleitoral. Descobriu-se que o Ministério Público Federal inaugurou em 2 de outubro uma investigação contra Paulo Guedes, o guru econômico.

Notícia da Folha informou que Paulo Guedes, nomeado antecipadamente para o cargo de ministro da Fazenda num hipotético governo Bolsonaro, é suspeito de envolvimento em fraudes com recursos dos fundos de pensão de estatais como Petrobras, Correios e Banco do Brasil. Negócios estimados em R$ 1 bilhão, fechados entre 2009 e 2013. O caso envolve também prepostos do PT e do MDB, que dirigiam os fundos de pensão.

Investigação não é condenação. Mas os efeitos políticos da notícia são óbvios. Especialistas ensinam que um investidor não deve depositar todos os seus ovos num único cesto. Os ativos de Bolsonaro estão acomodados em dois cestos. Na política, a retórica anticorrupção do candidato. Na economia, a suposta segurança técnica oferecida por Paulo Guedes. Ou seja: a apuração do Ministério Público atinge a alma do projeto de poder de Bolsonaro. Ou a campanha se explica ou o combustível do Posto Ipiranga do capitão pode acabar antes da inauguração.

UOL

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