Em vez de autocrítica, PT faz autofagia na Paraíba – Heron Cid
Opinião

Em vez de autocrítica, PT faz autofagia na Paraíba

6 de maio de 2017 às 18h33 Por Heron Cid
Jackson Macêdo e Anísio Maia - duas visões e modelos em rota de colisão do PT

O impasse interno em pleno processo de ebulição no PT é o desfecho de um confronto interno de caminhos para um partido que perdeu o rumo, antes mesmo do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Ideologicamente, o PT se viu partido em duas bandas. Uma que reduz toda a crise a um grande complô político, jurídico e até midiático para destruir a legenda que governou o Brasil por quatro mandatos.

Outra, que até compactua com a radicalização dessa tese, mas, ao mesmo tempo, estabelece um auto-crítica mais firme dos descaminhos de estrelas da legenda.

Para um segmento do PT, José Dirceu é herói e mártir perseguido pela direita. Para o rival, Dirceu praticou delitos e nem merecia mais figurar entre os filiados da legenda.

No Brasil, o primeiro agrupamento tem maioria entre as tendências. Na Paraíba, o segundo é representado por quem detém PIB eleitoral do partido, gente com mandato (Anísio Maia, Frei Anastácio e Luiz Couto).

O confronto não permitiu consenso na eleição do novo diretório, como inspiraria o cenário de uma sigla em declínio e necessitada de se reinventar.

Pelo contrário. O fosso entre essas duas visões se alargou e aprofundou sua crise de identidade.

Ao ponto de o PT ser hoje um partido com dois presidentes auto-declarados.

Quando precisaria ter somente um presidente com um projeto para voltar a ser um partido de verdade. Como já foi um dia…

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